A casa pertenceu ao bisavô da actual proprietária, Teresa Ferreira de Almeida, o qual pediu em testamento que não a vendessem.
Essa vontade foi respeitada e, quando Teresa decidiu pôr fim a 22 anos de carreira como professora, encontrou ali o espaço ideal para se dedicar a outra actividade de que gostava: a gastronomia. Com a ajuda do arquitecto Francisco Sequeira, transformou o rés-do-chão do prédio do Bairro Alto em restaurante. Vê-se a mão do arquitecto na combinação de materiais antigos com outros modernos, no som, na luz, no sentido estético de tudo, criando uma ambiente informal e, ao mesmo tempo, requintado.
Assim é, também, a cozinha, assente na tradição portuguesa com mais o que vem à imaginação de quem a faz. «Uma cozinha de amor», na expressão de Teresa Ferreira de Almeida. É como se estivesse em casa a cozinhar para a família e os amigos: vai misturando ingredientes, conjugando sabores e fazendo até combinações inusitadas, como as migas de espargos com ovo escalfado por cima ou as lulas recheadas com arroz e com acompanhamento de puré de batata. Alguns dos seus pratos já não podem sair da ementa, como as endívias regadas com Roquefort e o folhadinho de chèvre com doce de abóbora, nas entradas; o bacalhau na broa, as bochechas de porco preto em massa folhada e os rojões com castanhas, nos pratos principais; o pudim de laranja e a marquise de chocolate, nas sobremesas. De há um ano para cá serve almoços em sistema de bufete, a 10 euros.
in revista Visão 782 - 28/02/2008 por Manuel Gonçalves da Silva
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